4.7.13

Contradanza.00

O teu passo frenético deixa-me nervoso, agitado, inquieto. É a tortura habitual ao ritmo lento e moroso de quem carrega a cruz às costas. E porquê, perguntas-te uma e outra vez, porquê? De todos os macacos deste mundo és o único que o poderia responder mas as sílabas são escassas e no fim não se ouviu nada. Porra. Não há forma de sacudir esta ânsia, esta fome de algo incerto como a chuva que nos lava a alma. Mas por momentos quase dançamos ao mesmo ritmo e o peito enche de música! Cada batida ecoa, martelando as paredes do teu mundo gretado, cada barra traz a promessa de algo mais. Assim perdemos contas às contas e às cordas bambas que hesitamos conquistar. Talvez já durma profundamente mas a música não para e uma voz distingue-se à distância. Dorme. Dorme.